Então, finalmente começaram as aulas do C.A. Eu bem gosto de
estudar, como vocês sabem, então cheguei toda animadinha no curso, com caderno,
canetas coloridas, pastinha, tudo a que uma aluna de C.A tem direito!
Chega a professora e pede (em francês, claro) pra gente
escrever nosso nome num papel e colocar de frente para os colegas. Ela faz o
mesmo, como exemplo, e escreve “Christiane”. Sim, com H e tudo! Super-ultra
xará! Como na hora do desespero a gente apela pra tudo, eu já identifiquei a
coincidência como um sinal divino muito positivo!
Escrevi meu nome e coloquei a plaquinha de frente pra turma.
Quando ela lê, faz aquela cara que eleva nosso grau de putice ao último estágio
(sim, sei que venho repetindo essa expressão com frequência, mas, no meu estado
atual, caiu a asa do mosquito, meu nível de putice chega aos píncaros!) e fala,
pausadamente, pra eu entender, que não é pra escrever o nome DELA no papel. É
pra eu escrever o MEU nome. Oi???
Quando ela conseguiu entender que eu também me chamava
Christiane, começamos a brincar de “oui” e “non”. Ela fez uma cara de espanto e
exclamou: “noooooon”. Eu fiz uma expressão blasé pra elevar o grau DELA de
putice ao último estágio e falei “ouiiiiiii”. Ela: “noooon”; eu: “ouiiiiii”...
Depois de uns 3 minutos de “non” e “oui”, eu já me cansando
da brincadeira, pronta pra falar: “Tá bom, xará, cansei de brincar, podemos
começar a aula?”, ela se acalmou e aceitou que outra pessoa no mundo tivesse o
mesmo nome que ela.
A aula foi ótima, bem dinâmica, com direito a joguinhos e
brincadeiras, como acho que qualquer aula de idioma deve ser. Na sala, tem dois
alemães (Martin e Mathias – bons nomes pra uma dupla sertaneja, hein?), dois
japoneses (Kanna e o namorado, Ryo), duas brasileiras além de mim (Mariluz e
Ibrantina – não tenho culpa, não fui eu que batizei!), um canadense (Eric, da
província anglófona de Ontário, portanto, entrou no C.A. também), uma indiana,
cujo nome não me lembro, uma russa, cujo nome sou incapaz de reproduzir
(escrita ou oralmente), dois espanhóis (Beatriz e Salvador), um quebecois que
morou 30 anos no Peru, portanto não fala francês (Jeff) e um etíope (Dawit).
Tudo muito divertido! O curso se chama Mieux-être, onde a
maioria dos imigrantes começa a estudar o idioma, então você anda pelos
corredores e ouve todas as línguas do mundo! Torre de Babel total! Adoooooro!
Só pra vocês verem que, quando falo que voltei pro C.A., não
estou exagerando. Dá uma espiada na porta da secretaria:
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