domingo, 11 de novembro de 2012

Amo X detesto - Top 10




Amo

No Brasil:

1)   Família e amigos por perto.
2)   Sol e calor (com ar-condicionado disponível para momentos de emergência).
3)   Manicure, pedicure e cabeleireiro a preços razoáveis.
4)   A vista do aterro do Flamengo e da orla, da Lagoa, do Cristo etc.
5)   Cinemas com filmes em versão original com legendas e profusão de peças, filmes e shows, à escolha do freguês.
6)   Comida japonesa boa à vontade.
7)   Serviços de delivery à vontade.
8)   Estender o braço e ter mil táxis à sua disposição.
9)   A abóbora refogada da minha sogra.
10)               Praia com mate-limão daqueles tonéis imundos.

Em Quebec:

1)   Em primeiríssimo lugar, o fato de não haver baratas aqui!
2)   Segurança, segurança, segurança.
3)   Possibilidade de comprar eletrônicos, perfumes, maquiagens, cosméticos e bolsas a preços razoáveis....ahhhh, sem comentários!
4)   Ganhar em dólar.
5)   Comprar meu creme de hidratação para o cabelo da Sebastian por módicos 13 CDN (no Brasil, pagava R$100,00).
6)   Infraestrutura absurda.
7)   Meu celular Samsung S3, comprado por módicos 90 CDN (no Brasil, teria pagado quase R$2.000,00).
8)   As paredes coloridas do meu apartamento.
9)   As árvores vermelhas, laranjas, amarelas, cor de ameixa e, inclusive, verdes que existem aqui.
10)               O cappucino de Vanilla Noisette do Couch-Tard em frente ao Mieux-Être! Um escândalo!


Odeio

No Brasil:


1)   Violência, violência, violência.
2)   Corrupção, corrupção, corrupção e os políticos que me dão vontade de vomitar!
3)   O metrô lotado da Saens Peña (e quando chega na Central? Misericórdia!)
4)   O trânsito caótico!
5)   Música sertaneja e pagode, o que inclui Michel Teló, Michel Teló, Michel Teló, Luan Santana, Luan Santana e Luan Santana.
6)   O péssimo atendimento (do Rio de Janeiro, pelo menos).
7)   Centrais de telemarketing.
8)   As bundarinas, ops, quer dizer, dançarinas de pagode, axé, Latinetes, com aqueles microshorts enfiados na bunda (vergonha alheia total).
9)   Bueiros que explodem!
10)               Baratas voadoras medonhas que insistem em entrar nas nossas casas, principalmente no verão, e principalmente quando estamos sozinhas, e o marido vai demorar pra voltar pra casa. Eu tranco a casa e vou dormir na minha sogra até ver o cadáver da barata. Porque não tem essa história de que “já foi embora”, não...


Em Québec:

1)   18 graus negativos. Completamente desnecessário.
2)   O barulho infernal dos cortadores de grama.
3)   Falta de opções de lazer.
4)   O sacana do ônibus 7, que sempre me deixa na mão.
5)   A televisão canadense, que é uma santa bosta!
6)   Globo Internacional que trava o tempo inteiro e requer alta dose de telepatia pra se entender o “general gist” dos programas.
7)   A mentalidade “narrow” dos quebequenses.
8)   O fato de o dia acabar às 4 da tarde no inverno.
9)   Os quilos de roupa que você precisa vestir pra ir na esquina. Às vezes, a gente desiste de sair só de pensar na trabalheira que dá.
10)               A dose excessivamente alta de “se virex” que os funcionários da RTC exigem dos cidadãos que usam transporte coletivo. A porra do ônibus some do universo, e ninguém te explica nada!

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Causos de viagens II


De novo, com a colaboração especialíssima do meu amado amigo Wal! A história é verídica e aconteceu com ele. Só coloquei meu “tempero”.

OBS: De novo, a história é narrada na primeira pessoa (ora do singular, ora do plural), pessoa dele ou pessoas da família dele, no caso.

OBS II: De novo, os palavrões também são dele! Sou inocente (no que se refere a este post, pelo menos)!

OBS III: De novo, não me contive, óbvio, e fiz alguns comentários, todos entre colchetes e em grifo. Para quem perdeu esta aula, colchetes são estes símbolos aqui [], e grifo é mais conhecido como itálico.





Troca de uma bota com o número errado comprada pela sua amiga Claudinha!


Natal em Nova York! Como todos podem imaginar, lojas irritantemente lotadas na 5ª avenida. Pra completar, muita neve na cidade, quase meio metro. Sua amiga Claudinha, que só tinha levado sapatinhos e uma bota de camurça, entrou em uma loja de sapatos na 5ª avenida pra comprar uma bota para enfrentar o tempo inóspito. [Minha amiga Claudinha, viajada que só ela??? Hum...] Andou e andou dentro da loja e acabou escolhendo uma bota meio de plástico, com desenhos típicos de uma melissinha, que ia até o joelho!

Bem, prevenido que sou, perguntei: “É isso mesmo? Tá calçando confortável?” Resposta: “Perfeita. Vou levar”. “Ok”, respondo eu, [Hum...pela vírgula...ele vai falar que já estava até sonhando em inglês e que tinha esquecido o português, quer ver?] (já familiarizado com o english). [Batata!] Jogo a bota em cima do balcão e o cartão de crédito nos cornos do sujeito. [Pessoa dócil!] Beleza. Tudo certo.

Ao chegar ao hotel, 9 quadras a baixo, minha querida esposa resolve calçar novamente a bota pra ver se ficou legal mesmo. Alguns segundos depois, ela começa a falar sobre a bota; eu, já sentindo um arrepio na espinha: “Adorei a bota, mas acho que, pra ficar o dia inteiro andando, ela vai machucar meu pé!” Puta que pariu, vai sobrar mim, lógico. Pra não ter problema com a troca, disse: “Melhor trocar logo isso, tá com a nota aí?” (Orando forte pra que ela tivesse jogado aquela merda fora). Pra minha infelicidade, ela tinha deixado a nota dentro da caixa. Como ninguém se mexeu pra trocar aquela porra (Caio, Bernardo nem ela própria, dizendo que os pés estavam todos molhados, quase congelados), sobrou pra mim. Coloquei toda a minha roupa de frio novamente (fiquei igual ao Luciano na foto) [meu marido, no caso, mas só quem tem Facebook viu a foto.] e fiz umas perguntas básicas ao Caio, que respondeu: “Val, é fácil. Fala pro cara: ‘Change for size nine.’ Ele não vai entender muito bem, mas vai ver que você e estrangeiro, e é tranquilo!” Saí do hotel, um vento filho da puta, que teimava em levar a porra da sacola, neve no meio da canela, e eu repetindo a frase pra não esquecer: “Change for size nine!”

E lá fui eu. Após uns 20 minutos me fodendo, cheguei na porta da maldita loja. Meti a mão para abrir a porta de vidro e nada. Porta fechada! Como assim? Tinha gente dentro da loja comprando.... Eis que um vendedor olha pra mim e gesticula que a loja tinha fechado! Nãããããããããããããoooooo! Nããããããããããããõooooo! Olhei o relógio e verifiquei que eram 19:02h. Dois minutos? Vou ter de improvisar: se o Richard Gere sai com uma puta na Rodeo Drive e a coloca pra comprar uma porrada de vestidos, vou conseguir que o cara troque essa bota. Revisei todos os vocábulos que conhecia em "english", dei uma batidinha no vidro pro cara olhar e mandei:”Please, my wife need this shoes for toniiiiiiight” (com uma nota de $5,00 na mão, crente que o sujeito ia gostar de levar uma gorjetinha no Natal). Nada, tentei novamente e nada. Depois de uns 5 minutos, desisti, voltei andando mais 9 quadras na neve e no vento filho da puta, cheguei no hotel e contei o caso. Lógico, todos me sacanearam até a manhã seguinte. Mas eu sou brasileiro, não desisto nunca.

No outro dia, acordei cedo, antes de todo mundo, tomei café, coloquei toda a minha roupa de frio e parti pra loja. Agora eu fodo eles, pensei! Subo mais 9 quadras, vento filho da puta, neve na canela, e chego. Porraaaaaaaaaaaa! Eram 9:40 da manhã, e a loja só abria às 10:00. Só 20 minutinhos. Moleza, no frio e no vento...

Abriu, sou o primeiro a entrar na loja! Lógico, vem um vendedor com cara de indiano e pergunta algo que não tenho a mínima ideia do que seja... Respondo: “Please, I need change this shoes for size nine!” (enfio o pacote e a nota fiscal nos cornos dele) e espero pelo que está por vir. [Acho que vi uma gota de suor frio escorrendo da sua cabeça...] Bem, o sujeito me olhou, eu olhei pra ele, ele me olhou de novo, eu olhei pra ele de novo, a gente ficou se olhando um tempo, e, finalmente, ele abriu a caixa e olhou a bota. Pensei com os meu botões: “Só falta esse filho da puta me dizer que não tem número maior.. e ainda por cima, em english!” Mas deu tudo certo. Ele falou pra eu "aguardar na disciplina", [Esse bordão é meu, rapaz!] entrou no depósito e depois de uns 5 intermináveis minutos, voltou com o número maior. Rindo por dentro de nervoso, pensei: CONSEGUIIIIIIIII!

Nem preciso dizer o quanto sacaneei todo mundo no café da manhã, depois de ter alcançado o objetivo!

Observação da autora do blog: Hurray! Congrats! Isn’t he a must???

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Causos de viagens


Com a colaboração especialíssima do meu amado amigo Wal! A história é verídica e aconteceu com ele. Só coloquei meu “tempero”.

OBS: A história é narrada na primeira pessoa (ora do singular, ora do plural), pessoa dele ou pessoas da família dele, no caso.

OBS II: Os palavrões também são dele! Sou inocente (no que se refere a este post, pelo menos)!

OBS III: Não me contive, óbvio, e fiz alguns comentários, todos entre colchetes e em grifo. Para quem perdeu esta aula, colchetes são estes símbolos aqui [], e grifo é mais conhecido como itálico.





Compra de um netbook nos Estados Unidos

Chegamos a Nova York...primeira viagem ao estrangeiro desse indivíduo, todo deslumbrado. Logo no primeiro de viagem, andando que nem um filho da puta pela cidade inteira, minha querida esposa decide entrar em uma farmácia. Deixei-a na porra da farmácia, e continuei andando de volta para o hotel, com o Bernardo e com a companhia fundamental da minha sorte.

Quase chegando ao hotel, este missivista [Oi? Tem certeza de que essa é a palavra que você queria usar???] pisa em falso e torce o pé. Mico total! Eu, "todo pequenino" [Ele tem, aproximadamente, 2,14 de altura] encasacado até a raiz do cabelo, rolando pela calçada e prolatando [Deem um desconto, ele é advogado!] todos os xingamentos que sabia e vendo o Bê [Bernardo é filho da Claudinha, com quem o Wal é casado. Isso, a minha amada amiga Claudinha, do post do psicopata que ia me esquartejar...] com os olhos arregalados de espanto. Com uma dor lancinante no pé, eis que me aparece um mendigo "black man" (daqueles com latinha na mão), que me perguntou: “Hey, nigga, do you help, man?” Fato é que, com a dor e o medo desse filho da puta passar a mão em alguma sacola, só entendi o que ela falava uns 3 minutos depois de mandá-lo tomar no cu umas 10 vezes...Calma que esse é só o preâmbulo!

Corta! Já no quarto hotel, pé doendo pra cacete, chegam Claudia e Caio [filho mais velho dela, irmão do Bernardo] e veem a cena. Com pena da minha querida esposa, disse que estava tudo bem! Esperei um pouco, vesti todos os milhares de casacos e o resto da porra da roupa de frio e disse a todos: “Vou até a farmácia comprar analgésico, atadura e o equivalente local ao gelol. Vou aproveitar a saída e comprar o netbook que vi na vitrine.”

Entrei na farmacia e fiquei pasmo. Parecia um supermercado. Caralho, só quero um gelol! Onde é a parte de acidentados? Depois de uns 15 minutos olhando para um lado e para o outro, vislumbrei um esparadrapo. Opa, estou perto!! Achei a atadura. Agora preciso e um gelol! Comecei a ver um monte de pomadas e achei uma que poderia ser gelol - ICE HOT! “Sou foda!”, pensei, “Claro que isso é gelol! A pomada é fria, se esfregar fica quente! Sempre fui bom em raciocínio lógico!” Comprei! Na mosca! Tenho essa danada até hoje! É du carraile! [Esse du carraile foi meu, claro!]

Saindo dali, todo animado, parti para a loja de eletrônicos. Parei na frente, fiquei olhando o bicho pela vitrine, escolhendo, pra não ter de "gastar" muito o meu muito refinado “ingrêis”. Escolhi o bichinho e entrei na loja. Vi em uma placa de papelão escrito: FALAMOS PORTUGUÊS! Uma lágrima escorreu involuntariamente. “Tô salvo, tá tudo em casa”, pensei.

Depois de 30 segundos, descobri que o desgraçado que "falava português" era um porto-riquenho que tinha casado com uma mexicana... Pior a emenda que o soneto! Ele falava um englishnhol, e eu respondia em portenglish...

Resolvi seguir a dica mágica do Caio: puxei o cartão de crédito da carteira e apontei para o produto que queria. Após mais algumas frases ininteligíveis para qualquer dos dois, consegui perceber que o produto que eu queria não tinha mais. O puto me indicou outro, verifiquei que era da mesma configuração e até melhor. Passamos para a questão do preço. Ele escreveu num papel: $450,00. Lembrei de minhas aulas colegiais e respondi com autoridade: “Very expensive!” [Ele quis dizer “too expensive”.] Pronto, começou a ladainha... ele baixando o preço, e eu repetindo: “Very expensive!” Após uns 20 minutos nessa punheta [Inocente no uso desse termo!], saí da loja com meu lenovo, uma capinha e um mouse por $280,00, feliz da vida e me gabando muito para a família ao chegar no quarto do hotel...

Comentário da autora do blog: Dor na barriga de tanto rir! Tá contratado para coautor!

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

As merdas da juventude


Outro dia, estava conversando com minha amada amiga Claudinha pelo Facebook e ficamos nos lembrando dos velhos tempos (a gente vai ficando velha e passa a ser saudosista pra kct! Une fôd!*).

*Será que se eu passar a escrever os palavrões de maneira afrancesada fica menos ofensivo? Ando recebendo algumas críticas por conta do excesso de palavrão...Pois é, du carraile!

Continuando...acabei me lembrando de umas paradas engraçadíssimas e ri horrores – sozinha, olhando pra tela do computador e às gargalhadas! Meu marido já se acostumou, mas é tipo psicopatia das brabas merrrrmo! Uma dessas histórias é inacrê! Vale a pena contar!

Lá pelos meus 25 anos (é, muuuiiiito tempo atrás), ainda rolava aquela história de chats na internet. Como tempo livre é oficina do capeta, eu, sem nada pra fazer, provavelmente, entrei num desses chats. Papo vai, papo vem, comecei a conversar com um cara que me pareceu normal e marcamos de sair. Como sempre marquei encontros em lugares públicos, nunca senti que corria algum perigo, apesar de saber que a internet é um manancial para furadas. Mas sempre tive sorte. Inclusive “casei pela internet”, como a maioria de vocês sabe.

O tal do sujeito (sequer me lembro do nome do cara) foi me buscar em casa e fomos jantar em algum restaurante do qual também não me lembro (muito marcante o encontro, como vocês podem ver). O cara tinha um papo legal, interessante e inteligente, mas cismei que tinha cara de psicopata. Não me perguntem por quê: cisma é cisma. Cismei merrrmo. Aí, pronto, a imaginação começou a correr solta! O cara tinha uma S10, aqueles carros tipo picape, só com dois lugares na frente e um bagageiro enorme atrás, coberto por uma lona ou algo parecido. Minha porção de escritora ficcional começou a se manifestar, e eu já imaginei a cena inteira: o cara vai me sequestrar, me amarrar e me jogar naquela caçamba. Depois vai me esquartejar e meus restos mortais serão comidos por pastores-alemães, à la Bridget Jones. Fodeu! Morri!

No auge do desespero, fui até o banheiro e mandei a seguinte mensagem pra Claudinha: “Amiga, se eu não te ligar até 11 da noite, chama a polícia e os bombeiros que eu fui sequestrada.” Exatamente assim, na maior sutileza!

Claro que era puro surto psicótico. Não fui sequestrada, ele não me jogou na caçamba, terminamos de jantar, e ele me deixou em casa. Só que eu já tinha tomado umas caipivodcas, que têm reação instantânea na minha corrente sanguínea, e me esqueci de avisar a ela que estava bem. A coitada passou a noite em claro, esperando notícias, já pensando em ligar pra todos os hospitais do Rio de Janeiro, quiçá pro IML. Mas como ela é uma pessoa superior, de alma elevadíssima, e muito mais centrada que eu, o ódio foi só momentâneo.

A dúvida é se ela achou a história tão engraçada quanto eu... Amiga, com 14 anos de atraso, desculpaê! :-)

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Diva dos palavrões



Nos poucos intervalos que tenho entre um livro e outro e as incessantes horas de estudos de francês, dou uma escapadinha pra ler as fofocas na globo.com, que ninguém é de ferro, né?

Pois bem. Quando a gente mora longe, a gente cria, necessariamente, até por conta da distância geográfica mesmo, um olhar com mais distanciamento das coisas. Quando eu morava aí no Brasil, não me atinha ao fato de todo mundo ser chamado de “rei” não sei do quê, “rainha” do cacete, “diva” não sei das quantas etc. Ou percebia, mas não dava a mínima. “Rei” Pelé e “rei” Roberto Carlos, eu até aceito. Os caras, cada um na sua área, fizeram história. Mas quando passaram a chamar a Xuxa de rainha dos baixinhos, já começou a me dar ranço...

Voltando...tava aqui pensando...coisa mais estranha...Dia desses, assistindo ao programa da Fátima Bernardes na Globo Internacional – quando é possível entender o tema do debate, porque essa merda trava o tempo todo (a Rede Globo definitivamente se esqueceu de aplicar o padrão Globo de qualidade na Globo Internacional, juro por Deus!) -, um molequinho de uns 14 anos, lá de “Deus me livre do Perpétuo Socorro”, recém-descoberto cantor-revelação de música sertaneja, dava uma entrevista. O moleque até que era talentoso, apesar de eu detestar música sertaneja com toda a plenitude da minha alma! Aí, a Fátima Bernardes pergunta pro moleque: “E então, fulano? (não lembro o nome dele) Quais são seus planos para o futuro?” Ao que o moleque responde, com uma expressão de puro êxtase: “Ah, meu sonho é me tornar um Luan Santana da vida...” Os olhinhos do garoto piscavam de emoção.

Véi, na boa, Luan Santana virou referência musical? Peraí que eu vou ali cortar os pulsos e já volto!

Outro dia, li uma manchete na globo.com: “Diva Paula Fernandes...”. Parei de ler no “Fernandes”. Como assim, diva? Essa moça sequer saiu das fraldas! Fiquei meio deprimida, meio chocada. Na minha época, as referências musicais eram Chico Buarque, Caetano, Gilberto Gil e essa nata da MPB. Diva? Elis Regina e olhe lá!

Acho que posso me autoeleger "Diva dos Palavrões"! O que vocês acham?

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Sonho bizarro #2


Rapaz...mais um sonho do balacobaco.

Chego atrasada, mas achando que estava no horário, para a aula de francês, trauma do ônibus 7. (O ônibus 7 não e um ser confiável. Em um mês, me deixou na mão 3 vezes.) Dois alunos, que eu não me lembro quais, entraram logo depois de mim. (O sonho já começou, vocês entenderam, né? Ótimo!)

Sento, abro o caderno, livro de conjugação verbal etc. Quando percebo, a professora não é a xará, mas duas mulheres esquisitíssimas, que eu “sibulutamente” não conheço, e nada simpáticas. Eu, rebelde como sempre, já organizando um minimotim para demonstrar toda minha indignação pelo curso sequer nos ter avisado da troca. O problema era que a organização do motim era em inglês, claro (num lugar em que se fala árabe, russo, japonês, português, ucraniano...só inglês salva), e as mulheres entendiam tudo. Detalhe: uma delas era a CARA da Leona Cavalli em Gabriela!

Corta.

Cena 2 (não, não é um roteiro. Estou contando meu sonho, lembram, né?): estava eu numa casa de show, cassino, cabaré moderno ou qualquer outro lugar que possa reunir gente pra cacete, com música rolando e cujo objetivo das pessoas presentes era diversão.

Eis que uma figura que combinava traços da minha professora de verdade e traços da impostora com cara de Leona Cavalli em Gabriela começa a cantar “Bewitched”, música que adoro e cuja letra sei de cor, graças ao show Movie Melodies, da minha tia Jane, ao qual assisti 53 vezes. Sim, 53 merrrrrmo. Pô, minha tia, canta pra caralho, o show era lindo, 0800 e eu tinha 17 anos. Deu pra entender?

A mulher, meia xará/meia Leona Cavalli, ia cantando a música e me olhando para ver se eu estava cantando a letra certa. Não sei exatamente por quê, mas era uma espécie de “teste”.

O sonho foi absolutamente incompreensível pra mim (quem quiser analisar, por favor, não se acanhe), mas teve um saldo muito positivo: acordei cantando!

Beijos melódicos!

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Da série "vale a pena ler de novo"


Esse post é antigo, de quando eu morava na Holanda (vocês vão perceber pela menção ao Orkut). Mas vale a pena repetir porque as pérolas estão cada vez mais frequentes, e a preguiça de pensar, cada vez mais constante.

Aí vai o post na íntegra.

Beijos!

************************************

Tá, tudo bem, ninguém é obrigado a saber o significado de qualquer palavra (mesmo quando se trata de palavras absolutamente comuns como as que formam a expressão "cidade natal"), mas, se não sabe o que significa, vá procurar no dicionário, oras!

Nas minhas andanças pelo Orkut, tenho visto cada coisa de cair o queixo. Por exemplo, no campo no perfil onde se lê “cidade natal”, obviamente pra pessoa escrever o lugar em que nasceu e, pelo que me consta, as pessoas só nascem uma única vez em um único lugar (para os que acreditam em reencarnação, vamos deixar as questões espirituais de lado, ok? Isso aí, simplificar a vida). Enfim, já li os seguintes absurdos:


Cidade natal: Atualmente Brasília.

Comentário: Como assim, “atualmente Brasília”? Quantas cidades natais essa menina tem? Aliás, quantas vezes ela nasceu???

  
Cidade natal: Ceará
  
Comentário: Ceará? Cidade? Esqueceram de me avisar!

  
Cidade natal: New York e Rio de Janeiro
  
Comentário: Oooooooooh, goodness! A pessoa não só nasceu duas vezes como em dois lugares diferentes. Espantoso!


Cidade natal: Pbi
  
Comentário: Desculpem a minha inguinorança, mas que diabos é "Pbi"?


As pessoas até podem morar em duas cidades simultaneamente (Rio e São Paulo) e até em dois países simultaneamente (minha tia Leonor, podre de chique, já morou em três: Holanda, Alemanha e França), mas cidade natal, pelamordedeus, é uma só, minha gente! Sabem o que é isso? Preguiça de pensar.

Arre!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

A xará me detesta


Vocês lembram meu primeiro dia no curso de francês, que descrevi alguns posts atrás, certo? Muito bem. Como disse, tinha considerado o fato de a professora ser minha xará um sinal muito positivo do Cosmos.

Sempre (colégio, faculdade, pós-graduação e todos os demais cursos que fiz na vida) fui aquela aluna proativa, que gosta de participar das aulas e responder às perguntas dos professores, porque é uma forma de a gente verificar se, de fato, entendemos a matéria e estamos progredindo. (Ok, mais conhecida como “a pentelha”, se preferirem, ligo não!)

Só tem um detalhezinho que emerdalha (do verbo emerdalhar) tudo: a porra da minha língua não cabe dentro da boca! Juro por todos os phrasal verbs que sei de cor (e que não são poucos, graças às aulas sensacionais do Britannia) que não faço por mal. Quando vi, já foi; a piada saiu, mas, porra, a professora deixa a bola quicando na minha frente...como desperdiçar?

Exemplos:

1)     Professora ensinando a diferença entre “emprestar”, “passar” e “dar”: “Pode me passar o sal?”, “Pode me emprestar sua caneta?”, “Pode me dar uma folha de papel?”

Pois bem, muito didaticamente, ela levou para a sala uma sacola cheia de objetos que poderiam ser “emprestados”, “passados” ou “dados”. Na minha vez, óbvio, ela tirou uma nota de 20 dólares da carteira e me perguntou qual era a pergunta mais apropriada. Porra, sob meu ponto de vista e devido às atuais circunstâncias, não havia dúvida! Mandei, no maior amor, toda delicada, com aquele jeitinho meigo que Deus moderadamente me deu: “Ah, donner, hã, professeur? La situación est noir.” (A situação está preta!). Desconfio de que ela não achou graça...(Sem humor, tãnãnã...)

2)   Outro dia, ela ficou espantada quando se deu conta de que já estávamos entrando em novembro e veio com a história de que novembro é um mês triste porque Québec entra no horário de inverno, escurece cedo etc. Eu, muito indignada, respondi: “Mais porquoi c’est un moin trist? C’est ma fête!” (Como assim um mês triste? É meu aniversário!”). Ok, concordo que poderia ter ficado quieta, mas eu AMO o mês do meu aniversário. Foi uma questão de divergência de opinião...
3)   Ela estava praticando a fonética do francês com a gente, um tanto difícil por conta do tal do “u” com biquinho, bem diferente do [u] e do [i]. Fez um ditado, e a gente tinha de ticar a coluna certa, correspondente a cada fonema. Como, sem qualquer falsa modéstia, fui abençoada por Deus com um ouvido filho da puta de bom, audição aguçadíssima por conta da genética (família de músicos e cantores) e pelos 500 anos de estudo de música, acertei todos os exemplos. Na hora da correção, só eu respondia. Até que ela perguntou: “Só temos uma aluna na sala?” Mas, porra, eu tenho culpa de nego ser surdo?
4)   No início das aulas, ela nos havia mandando comprar um espelhinho para olharmos nossa boca articulando na hora de produzir os sons. Todo mundo achou meio cricrizice demais da parte dela, e ninguém comprou. Ela vinha insistindo e, na aula passada, ameaçou merrrmo: “Quem não trouxer o espelho na aula que vem – hoje – não entra."  Quando ela pediu para que pegássemos o nosso e foi o procurar o dela, não achou. Porra, eu podia perder essa bola? Mandei um “Tsc, tsc, tsc, professeur. Pas du mirroir? Tu ne vas pas pouvoir entrer dans la classe, Fofa!” (“Ai, ai, ai, professora, não trouxe o espelhinho? Vai poder entrar na sala, não, fofa!”) Exagerei, né, reconheço, mas, quando vi, já tinha saído.
5)   Hoje, foi foda. Ela mandou umas folhinhas de dever de casa. A cópia indecentemente ruim, toda escura. Devolvi o exercício em branco, com um bilhetinho explicativo, em francês mesmo, na disciplina: “Aí, professora, deu pra ler, não. A cópia está muito escura.” Vejam se não tenho razão: nem com visão de raio x!






Fora os meus ataques de riso. São tantos, que ela ensinou como se fala em francês: “Fous rires”. Porra, ela precisa entender que não tenho qualquer controle sobre meus “fous rires”. Já imaginou se eu tivesse “Fous choros”? Bem pior!

Tudo ia muito mal, até que (1) ela sacou que eu aprendia as paradas rápido porque fiz Letras, portanto sei o que significa artigos definidos, indefinidos, alfabeto fonético internacional, o que (2) facilita horrores a vida dela porque, quando ela precisa dar algum exemplo geral e escolhe alguém pra responder à pergunta que serve de exemplo, quem ela escolhe? Pois é. Grandes possibilidades de, até o fim do curso, a gente se amar, sem a necessidade de DR.

Bisous et bon soir à vous!

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

"Interessâncias" da língua francesa...


Como conhecimento e água-benta não fazem mal a ninguém, e como eu simplesmente ADORO curiosidades linguísticas, vou dividir com vocês uma parada muito interessante que aprendi sobre a língua francesa.

Dois aspectos que me encantam no inglês são a praticidade e a flexibilidade da língua. Muito frequentemente, criam-se verbos como forma de agilizar a comunicação. Exemplo: aquela criança chata, pentelha, que fica o tempo todo chamando: “mom”, “mom”, “mom”...A mãe vira pra pentelha e ameaça: “If you ‘mom’ me again...tá fodida!” Fantástico!!!

Hoje descobri algo parecido no francês que ADOREI. Em francês, as pessoas se chamam por “tu”, em situações informais, e “vous”, nas formais. Faz toda a diferença, porque a conjugação verbal tem de acompanhar o pronome, óbvio, e cada pessoa pronominal tem sua própria desinência número-pessoal, como em português. (Inglês é muito mais fácil: à exceção da 3a pessoa do singular, geral tem a mesma terminação, ou seja, nenhuma, apenas o radical do verbo. Estou falando do presente do indicativo, claro.)

Então...aprendi o verbo “tutoyer”, que significa “chamar por ‘tu’”, e o “vousvoyer”, que significa, claro, “chamar por ‘vous’”. Portanto, se você chega pra alguém que não conhece e usa o “vous”, a pessoa pode, se preferir a informalidade, dizer: “On peut se tutoyer” (“A gente pode se chamar por ‘tu’”). Olha que simples!

Gostaram? Eu adorei!

terça-feira, 16 de outubro de 2012

"Primeiro inverno de vocês em Québec? Ihhhhh...."


O pânico se estabeleceu! Todos, “sibulutamente” todos, inclusive a que vos escreve, em pânico à espera do inverno!

A “Nata do Québec” é composta por sete casais de brasileiros e seus respectivos filhos. Sempre que alguém da Nata fica sabendo de uma megapromoção ou descobre alguma loja que venda roupas de inverno a preços acessíveis, a notícia se torna viral e, em questões de segundos, inicia-se uma troca incessante de mensagens do tipo “Venham correndo pra cá agora porque a loja está lotada! Vai acabar tudo!” Aí, é aquela velha história que vocês já conhecem...cotovelada na costela do inimigo pra conseguir ganhar a concorrência e comprar alguma porra que esquente (concorrência meio desleal essa questão da cotovelada na costela, confesso, mas o instinto de sobrevivência do ser humano é capaz de coisas inimagináveis!)

Ricardo, Camila e Catarina fizeram a supergentileza de levar o Lu pra treinar para a prova da carteira de habilitação. Eu, em casa trabalhando. Daqui a pouco liga o Lu, arfante, desesperado: “Amor, se arruma, a gente vai passar aí em 10 minutos pra comprar nossa roupa de inverno porque o Ricardo conseguiu comprar o casaco dele por CDN80,00!!!” (Os casacos bons de inverno custam normalmente, em média, uns CDN300,00!)

Lá fomos nós, com nossos superparceiros de compras (Camila, Ricardo e Catarina). Chegamos na loja, paraíso na Terra! Enoooorme, muitas opções! Meus olhinhos brilhando de emoção! Foi um tal de experimenta daqui e dali, até que a atendente veio em nosso socorro. Tudo ia muito bem até que ela perguntou de onde éramos. Dissemos que éramos brasileiros. Ela: “É o primeiro inverno de vocês aqui? Ihhhh...”, com uma cara de compaixão extrema! Não sei por quê, mas me deu um certo frio na espinha...

Pessoa otimista que sou, tendo sempre a pensar: “Ah, gente, para! Não deve ser nada do outro mundo!” Até que você vai andando pela loja e começa a olhar o naipe dos casacos (verdadeiras armaduras bélicas), gorros, cachecóis, “esquentador” de pescoço, de orelha, de nariz...vai dando um pânico, um desespero louco!

Aí, vêm as histórias lendárias:

Pessoa maléfica: “Porque, no inverno, a calça jeans quebra!”

Eu, desesperada: “Oi??? Como assim, quebra?”

Pessoa maléfica: “É sério, ela congela e quebra!”

Eu, em pânico: “Ah, tá.”

Pessoa maléfica II: “Aliás, o cabelo também quebra!”

Eu, sentindo as pernas fracas e o estômago embrulhado: “Oooooiiiii????? Como? Assim? O? Cabelo? Quebraaaa?????”

Pessoa maléfica II: “Se você sair com o cabelo molhado no inverno, ele congela e quebra!”

Alguém pode ligar pro 911 pra vir me resgatar? Tô bem, não...