quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Inferno astral antecipado


Como alguns de vocês sabem, sou uma pessoa bastante responsável com meus compromissos, a despeito da opinião da minha amiga Claudinha, que postou um comentário maléfico no Facebook, “só” porque dei um bolo nela um dia antes de vir pra cá e “faltei” ao encontro que tínhamos combinado na Cobal do Humaitá.

Então, quando nos mudamos pra este apartamento novo, em Limoilu, num domingo, fui checar com antecedência os horários dos dois ônibus que tenho de pegar pra chegar ao curso de francês, calculei o tempo que levaria pra me arrumar e tal. Muito responsável eu, viu, Claudinha?

Ontem, dia da aula, peguei o ônibus 3 aqui em frente de casa, saltei no ponto do ônibus 7, que deveria passar em 4 minutos. Pelos meus cálculos, chegaria tranquilamente em Sainte-Foy com meia hora de folga, pra tomar um café e chegar ao Mieux-Être (minha escola – “escola”, olha que fofs!) com calma, tudo na disciplina!

O ônibus 7 das 12:26 não passa; o das 12:39 também não. Eu já achando tudo muito esculhambado pro meu gosto! O ponto começa a lotar (8 pessoas, uma multidão para os padrões quebequenses), começa aquela chuvinha fina, chata pra KCT, um frio da porra, daqueles que sai fumacinha da boca quando a gente fala (muito comédia romântica de Hollywood, né?), e nada do ônibus. Até que, movida por minha impaciência crônica (Deus foi muito complacente comigo no quesito “impaciência”), abordo um “monsieur” com o uniforme da RTC e pergunto, com meu parco francês, cadê a porra do ônibus 7! Ao que ele responde: “Houve um acidente com um caminhão, “madam”, o ônibus 7 não está passando nesta rua, só duas ruas à frente.” Aí, depois eu pergunto por que porra ele não disse antes, já que viu que o ponto estava cheio, o cara vai me chamar de grossa! Falta proatividade aos quebequenses, pelo menos no que se refere aos fiscais da RTC!

Andei as duas ruas debaixo de chuva, esperei mais uns 40 minutos pela porra do ônibus 7. Passava carro da polícia, dos bombeiros (por conta do acidente), e eu, com um olho na rua para ver se o ônibus vinha e o outro no celular, tentando desesperadamente procurar no google como se falava “carona” em francês. Juro que ia pedir carona ao próximo carro de bombeiros que passasse! Detesto chegar atrasada nas minhas aulas (quaisquer que sejam, até aula de corte e costura, se fosse o caso).

Resultado: cheguei à aula meia hora atrasada, com os bofes para fora, toda descabelada e molhada. Entro na sala, ainda ouço da minha xará (a professora), em tom de deboche: “Bon soir!” Pooooorra, só não a mandei à merda porque não sei como fala isso em francês. A resposta mais à altura do deboche dela foi fazer uma expressão blasé e dizer: “Désolée, madam.”

2 comentários:

  1. Maléfica, eu???? Bom... Vou contar aqui, nos mínimos detalhes, o bolo que eu levei e a confusão que foi pra eu descobrir que vc não iria... Posso?? kkkkkkkkkk
    E olha que eu deveria merecer consideração: sou a "hipotética" madrinha de casamento dessas duas adoráveis criaturas que foram se refugiar na terra dos esquimós! :) Bjs e amo vc de qq jeito!!!

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  2. Então, gente, esta aí de cima é minha amiga Claudinha, que eu tanto amo, e que diz, na maior cara de pau, que eu não honro meus compromissos!!!

    Amiga, "hipotética", não, madrinha real merrrrrmo. Agora, quando, só Deus sabe. Luciano está me enrolando...

    Amei a visita e comentário! Venha mais! Te amo!

    Bjs

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