quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Causos de viagens II


De novo, com a colaboração especialíssima do meu amado amigo Wal! A história é verídica e aconteceu com ele. Só coloquei meu “tempero”.

OBS: De novo, a história é narrada na primeira pessoa (ora do singular, ora do plural), pessoa dele ou pessoas da família dele, no caso.

OBS II: De novo, os palavrões também são dele! Sou inocente (no que se refere a este post, pelo menos)!

OBS III: De novo, não me contive, óbvio, e fiz alguns comentários, todos entre colchetes e em grifo. Para quem perdeu esta aula, colchetes são estes símbolos aqui [], e grifo é mais conhecido como itálico.





Troca de uma bota com o número errado comprada pela sua amiga Claudinha!


Natal em Nova York! Como todos podem imaginar, lojas irritantemente lotadas na 5ª avenida. Pra completar, muita neve na cidade, quase meio metro. Sua amiga Claudinha, que só tinha levado sapatinhos e uma bota de camurça, entrou em uma loja de sapatos na 5ª avenida pra comprar uma bota para enfrentar o tempo inóspito. [Minha amiga Claudinha, viajada que só ela??? Hum...] Andou e andou dentro da loja e acabou escolhendo uma bota meio de plástico, com desenhos típicos de uma melissinha, que ia até o joelho!

Bem, prevenido que sou, perguntei: “É isso mesmo? Tá calçando confortável?” Resposta: “Perfeita. Vou levar”. “Ok”, respondo eu, [Hum...pela vírgula...ele vai falar que já estava até sonhando em inglês e que tinha esquecido o português, quer ver?] (já familiarizado com o english). [Batata!] Jogo a bota em cima do balcão e o cartão de crédito nos cornos do sujeito. [Pessoa dócil!] Beleza. Tudo certo.

Ao chegar ao hotel, 9 quadras a baixo, minha querida esposa resolve calçar novamente a bota pra ver se ficou legal mesmo. Alguns segundos depois, ela começa a falar sobre a bota; eu, já sentindo um arrepio na espinha: “Adorei a bota, mas acho que, pra ficar o dia inteiro andando, ela vai machucar meu pé!” Puta que pariu, vai sobrar mim, lógico. Pra não ter problema com a troca, disse: “Melhor trocar logo isso, tá com a nota aí?” (Orando forte pra que ela tivesse jogado aquela merda fora). Pra minha infelicidade, ela tinha deixado a nota dentro da caixa. Como ninguém se mexeu pra trocar aquela porra (Caio, Bernardo nem ela própria, dizendo que os pés estavam todos molhados, quase congelados), sobrou pra mim. Coloquei toda a minha roupa de frio novamente (fiquei igual ao Luciano na foto) [meu marido, no caso, mas só quem tem Facebook viu a foto.] e fiz umas perguntas básicas ao Caio, que respondeu: “Val, é fácil. Fala pro cara: ‘Change for size nine.’ Ele não vai entender muito bem, mas vai ver que você e estrangeiro, e é tranquilo!” Saí do hotel, um vento filho da puta, que teimava em levar a porra da sacola, neve no meio da canela, e eu repetindo a frase pra não esquecer: “Change for size nine!”

E lá fui eu. Após uns 20 minutos me fodendo, cheguei na porta da maldita loja. Meti a mão para abrir a porta de vidro e nada. Porta fechada! Como assim? Tinha gente dentro da loja comprando.... Eis que um vendedor olha pra mim e gesticula que a loja tinha fechado! Nãããããããããããããoooooo! Nããããããããããããõooooo! Olhei o relógio e verifiquei que eram 19:02h. Dois minutos? Vou ter de improvisar: se o Richard Gere sai com uma puta na Rodeo Drive e a coloca pra comprar uma porrada de vestidos, vou conseguir que o cara troque essa bota. Revisei todos os vocábulos que conhecia em "english", dei uma batidinha no vidro pro cara olhar e mandei:”Please, my wife need this shoes for toniiiiiiight” (com uma nota de $5,00 na mão, crente que o sujeito ia gostar de levar uma gorjetinha no Natal). Nada, tentei novamente e nada. Depois de uns 5 minutos, desisti, voltei andando mais 9 quadras na neve e no vento filho da puta, cheguei no hotel e contei o caso. Lógico, todos me sacanearam até a manhã seguinte. Mas eu sou brasileiro, não desisto nunca.

No outro dia, acordei cedo, antes de todo mundo, tomei café, coloquei toda a minha roupa de frio e parti pra loja. Agora eu fodo eles, pensei! Subo mais 9 quadras, vento filho da puta, neve na canela, e chego. Porraaaaaaaaaaaa! Eram 9:40 da manhã, e a loja só abria às 10:00. Só 20 minutinhos. Moleza, no frio e no vento...

Abriu, sou o primeiro a entrar na loja! Lógico, vem um vendedor com cara de indiano e pergunta algo que não tenho a mínima ideia do que seja... Respondo: “Please, I need change this shoes for size nine!” (enfio o pacote e a nota fiscal nos cornos dele) e espero pelo que está por vir. [Acho que vi uma gota de suor frio escorrendo da sua cabeça...] Bem, o sujeito me olhou, eu olhei pra ele, ele me olhou de novo, eu olhei pra ele de novo, a gente ficou se olhando um tempo, e, finalmente, ele abriu a caixa e olhou a bota. Pensei com os meu botões: “Só falta esse filho da puta me dizer que não tem número maior.. e ainda por cima, em english!” Mas deu tudo certo. Ele falou pra eu "aguardar na disciplina", [Esse bordão é meu, rapaz!] entrou no depósito e depois de uns 5 intermináveis minutos, voltou com o número maior. Rindo por dentro de nervoso, pensei: CONSEGUIIIIIIIII!

Nem preciso dizer o quanto sacaneei todo mundo no café da manhã, depois de ter alcançado o objetivo!

Observação da autora do blog: Hurray! Congrats! Isn’t he a must???

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